O Efeito Espelho

A vida vai sempre nos oferecendo meio de informação e de reflexão sobre o que se passa conosco até que todas as possibilidades se esgotem. A cada instante o nosso meio ambiente nos envia essas mensagens que nos fornecem informações corretas e profundas.

Esse primeiro nível de mensagens mandadas pela vida para nos ajudar a compreender quem somos e o que temos de viver se chama “efeito espelho”.

Na verdade, a vida busca apoio em numerosos suportes, a fim de se comunicar conosco e nos guiar, e cabe somente a nós escutá-la.

Observando o que se passa ao redor de nós e o que os outros representam no nosso meio biológico, contamos com um campo inesgotável de compreensão a respeito de nós mesmos. É nessa compreensão da vida que se insere o efeito espelho: Percebemos nos outros as outras mil facetas de nós mesmos.

Assim, tudo aquilo que vemos nos outros é apenas um reflexo de nós mesmos. Quando algo nos agrada em alguém, geralmente se trata de uma parte de nós mesmos, na qual não ousamos acreditar, ou que não ousamos exprimir. Quando não suportamos algo no outro, isso quer dizer que se trata de uma polaridade que também nos pertence, nos recusamos a vê-la, aceitá-la, e não podemos tolerá-la no outro porque se remete a nós mesmos.

Reflita!

Qual é a única parte do nosso corpo que até mesmo o melhor contorcionista do mundo não conseguiria enxergar com os próprios olhos?

Trata-se do nosso rosto. Nossa identidade. A única maneira de nos vermos é atraves do espelho, nosso reflexo, mas na vida real o nosso espelho é outro, obtemos o reflexo fiel de nós mesmos, do que se passa conosco, é fato que “escolhemos” as pessoas que encontramos, e a lição vem quando por exemplo, encontramos pessoas injustas com frequência, isto nos obriga a refletir a respeito de nossa própria injustiça em relação aos outros. Reflitamos sobre a nossa avidez se encontramos pessoas ávidas com frequencia, sobre nossa infidelidade se formos constantemente traídos.

Naturalmente não vemos, não encontramos em nós mesmos aquilo que somos, que nos desagrada ou nos incomoda no outro, mas, se formos totalemte sinceros, se aceitarmos nos observar realmente sem fazer julgamentos, logo descobriremos em quê o outro se parece conosco.

Em nossa vida, só vemos, só percebemos, só nos atraímos por aquilo que nos interessa, nos diz respeito.

               Trecho extraído do livro ” Diga-me onde dói, que eu te direi o por quê” de Michael Odoul

 

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